Ele está morto, mas está atento:
Segura a espada como se a arrancasse.
Se a trombeta do Juízo agora soasse
Ei-lo a sacá-la num furor sangrento.
Não saberia, a ouvir tal som cruento,
Se de mouros ou de anjos se tratasse,
Olhos cansados sonham na sua face,
Mãos e ouvidos aguardam seu momento...
Quando o angélico estrondo o estremecesse
Se ergueria da pétrea e heróica prece
Contra uma grei feroz já bem vizinha,
Castelhanos, infiéis... Mas quando achasse
Só os arautos de Deus, e então chorasse,
Guardaria sua espada na bainha.
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